Princípio da Menção Completa


“O PRINCÍPIO DA COMPARAÇÃO”

I.       DEFINIÇÃO
O Princípio da Menção Comparativa ou da Comparação é o princípio pelo qual um certo versículo ou grupo de versículos pode ser interpretado, comparando-o e/ou contrastando-o com outro versículo ou grupo de versículos.

II.      AMPLIFICAÇÃO
“Comparar” significa reunir as coisas a fim de se examinar os relacionamentos que elas tem umas com as outras, especialmente com o objetivo de se determinar a concordância ou discordância entre elas; pontos de semelhança ou de diferença. “Contrastar” significa reunir e colocar à vista coisas que se diferem muito umas das outras, muito embora sejam da mesma categoria ou classe, a fim de se fazer a diferença mais vividamente marcante. No Princípio da Menção Comparativa, estas palavras denotam uma reunião de versículos que tratam de um certo assunto ou área a fim de se esclarecer a sua interpretação através da comparação ou contraste. Portanto, este princípio pode ser visto como uma parte essencial do Princípio do Contexto no sentido de que os versículos são usados para se interpretar outros versículos: “Comparando-se coisas espirituais com as espirituais.”  (1Co 2:13). Os próprios autores bíblicos utilizaram o método de comparação e contraste ao escreverem as Escrituras. Isto pode ser ilustrado em sete áreas principais que envolvem a comparação e contraste: (A) Princípios; (B) Eventos; (C) Símbolos; (D) Pessoas; (E) Lugares; (F) Profecias; e (G) Parábolas.
A.      Princípios:  Os escritores da Bíblia usaram a comparação e contraste ao lidarem com uma grande variedade de princípios. Em Dt 28:1-6, 15-19, há um contraste entre a bênção da obediência e a maldição da desobediência:
Bênção
Vs. 1,2   Obediência
Vs. 3     Cidade e campo abençoado
Vs. 4     Frutos, árvores, homens abençoados
Vs. 5     Cesta e amassadeira abençoados
Vs. 6     Abençoados ao entrar e ao sair
Maldição
Vs. 15     Desobediência
Vs. 16   Cidade e campo amaldiçoados
Vs. 18   Frutos, árvores, homens amaldiçoados
Vs. 17   Cesto e amassadeira amaldiçoados
Vs. 19   Amaldiçoados ao entrar e ao sair
B.      Eventos:  Os escritores da Bíblia usaram a comparação e contraste ao lidarem com eventos históricos. Em Jo 3:14,15,  Jesus disse:  “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado.” Em Lc 17:26,  Ele proclamou:  “Como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Homem.”
C.      Símbolos: A comparação e o contraste são usados com relação a coisas simbólicas. Em Hb 8:2,5,8-12, o contraste entre o Tabernáculo Terreno e o Celestial é descrito.  2Co 3:1-18 contrasta as Tábuas de Pedra e as Tábuas do Coração:
Tábuas de Pedra
         Escritas com o Dedo de Deus
         Ministração de morte
         A letra mata
         Glória transitória
         O Antigo Testamento
         Ministração de condenação
         Véu sobre a face de Moisés
        
         Transitória, abolida
Tábuas do Coração
         Escritas com o Espírito de Deus
         Ministração de vida
         O Espírito vivifica
         A glória, que é maior, deve permanecer
         O Novo Testamento
         Ministração de retidão
Nenhum véu; podemos contemplar a Sua face
          e ser transformados
         Aquilo que permanece
D.      Pessoas:  Os autores bíblicos usaram a comparação e o contraste ao lidarem com pessoas. 1Co 15:45-49 contrasta o primeiro Adão com o último Adão:
Primeiro Adão
O Natural
Alma vivente
Da Terra, terreno
Imagem do terreno
O Primeiro Homem
Último Adão
O Espiritual
O Espírito vivificante
O Senhor do Céu
Imagem do celestial
O Segundo Homem
Rm 5:12-21
A desobediência de um homem
Muitos transformados em pecadores
A morte para a condenação

A obediência de um Homem
Muitos justificados
A vida para a justificação
            Hb 5:1-5 contrasta o sacerdócio de Aarão com o Sacerdócio de Jesus

E.      Lugares:   Os escritores da Bíblia usaram a comparação e contraste ao lidarem com lugares. Hb 12:18-21, 22-29 contrasta o Monte Sinai com o Monte Sião:
          Monte Sinai
         Monte palpável
         Monte Sinai, Aliança da Lei
         Trombeta, Voz de Palavras...
         Moisés, mediador da Antiga Aliança
         Sangue de animais
         A Voz estremeceu o Monte
         Anjos envolvidos na adoração da Lei
A nação de Israel, a Assembléia Geral
de Deus, Primogênito
         Tremor, fumaça, fogo
          Monte Sião
         Monte espiritual
         Monte Sião, Aliança da Graça
         Voz de Jesus
         Jesus, Mediador da Nova Aliança
         Sangue de Jesus
         A Voz que estremecerá todas as coisas
         Inumerável companhia de anjos
         Assembléia Geral e a Igreja o Primogênito
       
          Deus é um fogo consumidor
Ap 11:8 compara Jerusalém com Sodoma e o Egito: “... a grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o nosso Senhor também foi crucificado”.

F.      Profecias:  Os escritores da Bíblia usaram a comparação e o contraste ao lidarem com as profecias e seus cumprimentos. At 2:14-36 comparam as profecias de Joel e de Davi com os eventos do Dia de Pentecostes e o Senhor Jesus Cristo em Sua entronização. At 15:1-20 compara as profecias de Amós e dos outros profetas com a salvação dos gentios. Mt 1:18-25 compara a profecia de Isaías com o nascimento virginal de Jesus.

G.     Parábolas:  Os escritores da Bíblia registraram o uso de comparações e contrastes ao lidarem com parábolas.
           

            A Parábola do Semeador - Mt 13:3-9, 18-23:
         Parábola
         O semeador saiu a semear
         O solo à beira do caminho
         Solo pedregoso
        
Solo com espinhos
          Solo bom
         A Interpretação
         A semente é a Palavra
         Ouvinte da Palavra, não compreende
Ouve a Palavra, nenhuma profundidade,
coração de pedra
Espinhos das riquezas, cuidados desta vida
          Coração bom e honesto, frutificação

Compare Mc 4:26-29; Lc 8:4-15, com Mt 13:3-9, 18-23 a fim de obter uma interpretação completa através do Princípio da Menção Comparativa.

            Parábola do Trigo e do Joio - Mt 13:24-30, 36-43:
        Parábola
         O homem que semeava
         A boa semente
         O Inimigo
         O campo
         O joio, semente corrupta
         O tempo da colheita
         O joio é reunido em molhos primeiramente
         e lançado ao fogo
O trigo é reunido no celeiro
        A Interpretação
         O Filho do Homem
         Os filhos do Reino de Deus
         O Diabo
         O mundo
         Os filhos do maligno
         A colheita é o fim do mundo
         Os ímpios são reunidos e lançados no fogo
         Os bons são reunidos e introduzidos
          no Reino Celestial

Estas ilustrações mostram que os escritores da Bíblia usaram comparações e contrastes a escreverem as Escrituras, o que dá origem ao Princípio da Menção Comparativa de interpretação das Escrituras.  Uma vez mais, uma forma de se escrever as Escrituras nos levam a um princípio pelo qual elas são interpretadas.
         O método literário de comparação e contraste usado para se escrever as Escrituras dá origem ao Princípio da Menção Comparativa de interpretação das Escrituras.
III.    QUALIFICAÇÃO
A.      Este princípio deveria ser usado sempre que houver mais de um versículo ou passagem nas Escrituras que lidam com o mesmo assunto. Em outras palavras, ao estudarmos um assunto na Bíblia, tudo o que a Bíblia tem a dizer sobre este assunto deve ser levado em consideração.

B.       Nenhuma doutrina deveria ser formulada com base em um só versículo ou passagem das Escrituras. Por exemplo:

         1.  1Co 15:29Este versículo tem sido usado como base para a doutrina do “batismo pelos mortos”. Contudo, isto não foi mencionado em nenhum outro lugar das Escrituras, e uma compreensão desta passagem mostra que isto era uma cerimônia não-cristã.

         2.  Mc 16:16A Doutrina do Batismo seria deixada muito incompleta se ela se baseasse neste versículo somente. Por si próprio, este versículo poderia causar enganos, se ele não fosse comparado com outros versículos sobre o batismo nos Evangelhos, Atos, e Epístolas.

C.      As passagens podem ser comparadas somente quando, devido a evidências internas, for comprovado que elas lidam com o mesmo assunto.

D.      Não deveríamos comparar passagens as quais, ao fazermos isto, tiramos conclusões de interpretações que entram em conflito com outras claras afirmações das Escrituras. Devemos ser cuidadosos e criteriosos ao compararmos Escrituras com outras Escrituras.

E.       Ao compararmos versículos ou passagens, determine primeiramente o significado das passagens mais claras, e, em seguida, continue a interpretar as passagens obscuras à luz das mais claras.

F.       O Princípio da Menção Comparativa pode ser usado para se resolver problemas e aparentes discrepâncias das Escrituras. Às vezes, dois versículos aparentemente contraditórios podem ser reconciliados através da consideração de um terceiro versículo apropriado. Por exemplo:

         Rm 4:2,3:           Justificados pela fé                                          Tg 2:17,18,20,26
         Tg 2:21,24:         Justificados pelas obras                                   Fé e Obras reconciliadas

         Dois versículos aparentemente contraditórios são reconciliados pela introdução de um terceiro versículo no Princípio da Menção Comparativa.


IV.     DEMONSTRAÇÃO
A.      Princípios:  Ef 4:22-24; Cl 3:5-14. 
Estas duas passagens abordam o contraste entre o velho homem e o novo homem. Consideraremos estas duas passagens juntamente, lidando com os seus elementos contrastantes. Ao fazermos isto, podemos usar a passagem de Colossenses para interpretarmos a passagem de Efésios, uma vez que Colossenses cita tanto os pecados característicos do velho homem como as virtudes características do novo homem. Assim sendo, através da comparação e do contraste, estas passagens são interpretadas.
Efésios 4:22-24
Colossenses 3:5-14
Despojai-vos
O velho homem
Renovai-vos
Espírito da vossa mente
Revistai-vos
O novo homem
Despojai-vos
Todas estas coisas (lista de pecados)
Renovai-vos no conhecimento
Imagem d’Ele
Revistai-vos
Lista de virtudes

B.         Eventos:  Mt 9:20-22; Mc 5:25-34; Lc 8:43-48.
Cada uma destas passagens registra a cura da mulher que tinha um fluxo de sangue. Somente harmonizando-se os detalhes dados nestas três narrativas é que pode haver uma interpretação completa. Cada detalhe fornece informações não fornecidas pelos outros detalhes. Assim sendo, é somente pela comparação que este evento pode ser interpretado.
        Mateus 9:20-22
         Mulher enferma há 12 anos
         Tocou orla das vestes
         A fé tornou-a sã
     Marcos 5:25-34
      Padecido com médicos
      Gastou tudo o que tinha
      Nada melhorou
      Ficou pior
      Tocou as vestes
      Virtude saiu dele
      A reação dos discípulos
Ela se prostrou, disse
a verdade
      Curada da praga. Paz
Lucas 8:43-48
Gastou todos os seus bens com médicos
Incurável
Tocou orla das vestes
Todos negaram que O tocaram
Pedro, o porta-voz, aqui também
A fé a tornou sã, vá em paz



C.      SÍMBOLOS
         Gn 22:7,8; Êx 12:1-4; 29:38-41; Is 53:7; Jo 1:29,36; At 8:32; 1Pe 1:19,20; Ap 5:6,8,12,13; 12:11; 13:8; 22:1,3.
Para interpretarmos o símbolo do Cordeiro nas Escrituras, é necessário reunirmos e compararmos os versículos referentes a estes símbolos. Desta maneira, os símbolos são interpretados através do Princípio da Menção Comparativa.
         Gn 22:7,8                                  “Onde está o cordeiro para o holocausto?”
         Êx 12:1-4                                   O Cordeiro Pascal
         Êx 29:38-41                               O Cordeiro para o sacrifício da manhã e da tarde
         Is 53:7                                       “Como um cordeiro foi levado ao matadouro,
                                                         e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores,
                                                         assim Ele não abriu a Sua boca.”
         Jo 1:29,36                                  “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
                                                         do mundo.”
         At 8:32                                      “Ele foi levado como a ovelha para o matadouro;
                                                         e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia,
                                                         assim não abriu a Sua boca.”
         1Pe 1:19,20                                “Mas com o precioso sangue de Cristo, como
                                                         de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual,
                                                         na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes
                                                         da fundação do mundo, mas manifestado nestes ú                                                                          últimos tempos por amor de vós.”
         Ap 5:6,7,8,13                              O Cordeiro morto e digno.
         Ap 12:11                                   Satanás vencido pelo sangue do Cordeiro
         Ap 13:8                                     O Livro da Vida do Cordeiro
Ap 22:1,3                                  O Trono de Deus e do Cordeiro
  
D.      PESSOAS:  Gn 5:21-24; Hb 11:5,6; Jd 14,15.  
Para chegarmos a um estudo de personagem bíblico completo sobre a vida de Enoque, cada uma destas três passagens precisam ser comparadas. Para obtermos uma compreensão clara dos personagens bíblicos, os versículos que os mencionam precisam ser reunidos e comparados.

         Gn 5:21-24                                A trasladação de Enoque
         Hb 11:5,6                                  A fé de Enoque
         Jd 14,15                                     A profecia de Enoque

E.      LUGARES:  Gn 10,11; Dn 1-5; Is 13,14,47,48; Jr 50,51; Ap 17,18.

Para obtermos uma compreensão clara sobre a Cidade da Babilônia nas Escrituras, todos estes capítulos precisam ser considerados e comparados. Para compreendermos os lugares da Bíblia, os versículos que os mencionam precisam ser reunidos e comparados.

         Gn 10,11                                   A origem da Babilônia
         Dn 1-5                                      A glória da Babilônia
         Is 13,14                                     O Rei da Babilônia
         Is 47,48                                     A profecia contra os sábios da Babilônia
         Jr 50,51                                     As profecias sobre a queda da Babilônia
Ap 17,18                                   O juízo sobre a Babilônia

F.      PROFECIAS:  Ap 17,18; Jr 51. 

Estes capítulos proféticos referem-se à queda da Babilônia. Ao analisarmos a profecia sobre a queda da Babilônia do Antigo Testamento, descobrimos que eles são comparáveis. Ao interpretarmos profecias, as passagens proféticas que se referem ao mesmo assunto precisam ser reunidas e comparadas.

   Ap 17,18         Jr 51
   17:1,15              51:13                A grande prostituta
   17:4, 5               51:7                  O cálice
   17:2                  51:7                  Babilônia embriagada
   17:4                  51:3                  O seu vestuário
   17:6                  51:49                Matança dos santos
   18:2,21              51:8                  Queda da Babilônia
   18:21                51:63                O Juízo da pedra de moinho
   18:2,3                51:37                Pássaros malignos e corruptos
18:20                 51:48                Regozijo sobre a queda

G.     PARÁBOLAS:  Mt 21:33-41; Mc 12:1-9; Lc 20:9-16
Estas passagens                                                                                                                                “... Deus proverá para Si o cordeiro...”.
         registram a parábola de Cristo sobre a vinha. Elas precisam primeiramente ser comparadas umas com as outras para obtermos todos os detalhes. Em seguida, outros versículos deveriam ser aplicados na interpretação da parábola. O Princípio da Menção                  Comparativa tem um papel vital na interpretação de parábolas.
         O seguinte é uma comparação das narrativas do Evangelho sobre esta parábola:
Marcos 12:1-9
           
1  E começou a falar-lhes por
    parábolas: Um homem plantou
    uma vinha, e cercou-a de um
    valado, e fundou nela um lagar, e
    edificou uma torre, e arrendou-a    a uns lavradores, e partiu para fora da terra.
2  E, chegado o tempo, mandou
    um servo aos lavradores para que
    recebesse, dos lavradores, do fruto da vinha.
3  Mas estes, apoderando-se
    dele, o feriram e o mandaram
    embora vazio.
4  E tornou a enviar-lhes outro
    servo; e eles, apedrejando-o, o
    feriram na cabeça e o mandaram
    embora, tendo-o afrontado.
5  E tornou a enviar-lhes outro,
    e a este mataram; e a outros   
    muitos, dos quais a uns feriram e  
   a outros mataram.
6  Tendo ele, pois, ainda um,
    seu filho amado, enviou-o também a estes por derradeiro, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho.
7  Mas aqueles lavradores
    disseram entre si: Este é o
    herdeiro; vamos, matemo-lo, e a
    herança será nossa.                                            
8  E, agarrando-o, o mataram e
    o lançaram fora da vinha.
9  Que fará, pois, o Senhor da
    vinha? Virá, e destruirá os
    lavradores, e dará a vinha a 
    outros.
               
Mateus 21:33-41

33  Ouvi, ainda, outra parábola: Houve
      um homem, pai de família, que
      plantou uma vinha, e circundou-a de
      um valado, e construiu nela um
      lagar, e edificou uma torre, e
      arrendou-a a uns lavradores, e
      ausentou-se para longe.
34  E, chegando o tempo dos frutos,
      enviou os seus servos aos
      lavradores, para receber os seus
      frutos.
35  E os lavradores, apoderando-se dos
      servos, feriram um, mataram outro
      e apedrejaram outro.
36  Depois, enviou outros servos, em
      maior número do que os primeiros;
      e eles fizeram-lhes o mesmo.
37  E, por último, enviou-lhes seu filho,
dizendo: Terão respeito a meu filho.
38  Mas os lavradores, vendo o filho,
      disseram entre si: Este é o
      herdeiro; vinde, matemo-lo e
      apoderemo-nos da sua herança.
39  E, lançando mão dele, o arrastaram
      para fora da vinha e o mataram.
40  Quando, pois, vier o Senhor da
      vinha, que fará àqueles lavradores?
41  Dizem-lhe eles: Dará afrontosa
      morte aos maus e arrendará a vinha
      a outros lavradores, que, a seu
        tempo, lhe dêem os frutos.
Lucas 20:9-16

9    E começou a dizer ao povo esta
      parábola: Certo homem plantou
      uma vinha, e arrendou-a a uns
      lavradores, e partiu para fora da
      terra por muito tempo.
10  E, no devido tempo, mandou um
      servo aos lavradores, para que lhe
      dessem dos frutos da vinha; mas os
      lavradores, espancando-o,
      mandaram-no vazio.
11  E tornou ainda a manar um
      terceiro; mas eles, espancando
      também a este e afrontando-o,
      mandaram-no vazio.
12  E tornou ainda a mandar um
      terceiro; mas eles, ferindo também
      a este, o expulsaram.
13  E disse o senhor da vinha: que farei?
      Mandarei o meu filho amado; talvez,
      vendo-o, o respeitem.
14  Mas, vendo-o os lavradores,
      arrazoaram entre si dizendo: Este é
      o herdeiro; vinde, matemo-lo, para
      que a herança seja nossa.
15  E, lançando-o fora da vinha, o
      mataram. Que lhes fará, pois, o
      senhor da vinha?
16  Irá, e destruirá estes lavradores, e
dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isto, disseram: Não seja assim!





O seguinte é uma interpretação da parábola, usando-se o Princípio da Menção Comparativa com relação a símbolos:

      Símbolos da Parábola                         Interpretação por Versículos Comparativos
   
     Um certo pai de família                                        - Deus-Pai
   
     Plantou uma vinha e a cercou                            - Nação de Israel, Is 5:1; Sl 80:9
   
     Construiu lagar, edificou torre                           - Lagar, Is 5:1-7
   
     Arrendou-a a agricultores                                  - Governadores, Reis, Sacerdotes, Anciãos de Israel
   
     País longínquo                                                     - País celestial, Hb 11:11-16
   
    Quando o tempo dos frutos
      se aproximou enviou os Seus servos              - Os profetas enviados, Hb 1:1; Jr 35:15
  
    Os agricultores os trataram malignamente      - Mataram e rejeitaram os profetas, 2Cr 24:21; 36:16; Mt 23:35,37; At 7:52

    Mais servos enviados                                        - Mais profetas enviados. 
                                                                                         Os Profetas Maiores e Menores,Jr 37:15; 2Rs 17:13
   Trataram-nos semelhantemente                        
  por fim Ele enviou o Seu Filho                           - Jo 3:16; Hb 1:1-12; Mc 12:6

    Os agricultores mataram o Herdeiro                - Herdeiro de todas as coisas, Sl 2:8; Hb 1:2
Eles O pegaram                                                   - No Getsêmani, Mt 26:47-56
Eles O expulsaram da vinha                              - Fora da Cidade, Hb 13:11-13; Jo 19:7                     
Eles O mataram                                                   - Morto, pendurado num madeiro, At 10:39-43

O Senhor dos agricultores os
destruirá desprezivelmente                               - Jerusalém destruída em 70 d.C., Lc 19:41-44

Arrendou a vinha a outros agricultores         - Reino tirado dos judeus e dado a uma Nação (Igreja
para obter frutos                                                                               1Pe 2:5-9), que dá frutos, Mt 21:43

Comparando-se as narrativas destas parábolas dos Evangelhos e os símbolos das parábolas com outros versículos referentes ao mesmo assunto, obtemos uma interpretação mais completa e mais clara desta parábola.

* NOTA ESPECIAL:  Ao considerarmos Lc 24:25-27, 44-46, parece evidente que o próprio Jesus usou o Princípio da Menção Comparativa, reunindo versículos da Lei, dos Salmos, e dos Profetas, e interpretando-os como sendo cumpridos em Si Próprio. Também, em At 17:1-3, parece que Paulo usou este princípio enquanto ele raciocinava com base nas Escrituras que Jesus de Nazaré era de fato o Cristo.

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