Princípio da Eleição


“O Princípio da Eleição”

A.     Definição:
         É o princípio pelo qual a interpretação de qualquer versículo ou grupo de versículos é   determinada por uma consideração da sua relação com a eleição envolvida nos propósitos de Deus.

B.     Amplificação:

1.       Definição de eleição: De acordo com o dicionário, “eleição” significa “escolher, selecionar,     uma escolha”. Em teologia, refere-se a escolha ou a preferência a certas pessoas ou nações no    que se refere aos propósitos de Deus com relação ao tempo ou a eternidade. O seguinte é     uma consideração das palavras hebraicas e gregas relevantes:

a) Hebraico: BAWKHEER – “selecionar, escolher, a pessoa escolhida”
    Traduzida: escolher (2Sm 21:6); escolhido (1Cr 16:3; Sl 89:3; Is 43:20; 65:15); eleito (Is  
    42:1; 45:4).

b) Grego: EKLOGE – “seleção, escolha, ato de selecionar, a pessoa escolhida”
    Traduzida: escolhido (At 9:15); eleição (Rm 9:11; 11:5,7,28; 1Ts 1:4; 2Pe 1:10).
    EKLECTOS – “selecionado, escolhido (por Deus)”
    Traduzida: escolhido (Mt 20:16; 22:14; Lc 23:35; Rm 16:13; 1Pe 2:4,9; Ap 17:14); eleito       
    (Mt 24:22,24,31; Mc 13:29,22,27; Lc 18:7; Rm 8:33; Cl 3:12; 1Tm 5:21; 2Tm 2:10;  Tt 1:1;  1Pe 1:2; 2:6; 2Jo 1:13).

A palavra “eleição” no seu significado mais simples refere-se à intenção, processo e o resultado de se fazer uma escolha. Refere-se a um ato da vontade. Porém, mais especificamente nas Escrituras, refere-se a um ato da vontade divina.

2.         Distinções na Eleição: Há dois aspectos principais da eleição de Deus que precisam ser distinguidos:

a)   Eleição no Tempo: Refere-se à escolha de Deus de indivíduos ou nações que cumpram os seus propósitos com relação ao tempo. Pertence a um propósito temporário, quer seja positivo ou negativo. Foi este o caso com Faraó, Moisés, Ciro, Paulo, Israel, Assíria e Babilônia.

b)    Eleição da Eternidade: Refere-se ao destino de todos os seres morais e de vontade própria com relação à eternidade.

3.       Eleição na Redenção: Com relação ao plano de redenção, a eleição pode ser definida como    ato soberano de Deus, em graça, pelo qual Ele escolheu em Cristo Jesus todos os que Ele,         através da Sua pré-ciência já sabia que O aceitariam.

a)   A eleição é um ato soberano de Deus, pelo qual certas pessoas são escolhidas dentre os homens para o próprio Deus Jo 15:19. (Deus não tinha nenhuma obrigação de eleger a ninguém, uma vez que todos haviam perdido a sua posição diante Dele).

b)    A eleição é totalmente pela graça, independentemente do mérito humano              Rm 9:11; 11:5,6. Ele escolheu aos que eram totalmente indignos da salvação. O homem merecia exatamente o oposto, mas, em Sua graça, Deus escolheu salvar alguns.

c)    A eleição somente se aplica aos que estão “em Cristo”. Deus não poderia escolher ao homem em si mesmo por causa da sua pecaminosidade e pelo mal que merecia. Deus somente poderia escolher ao homem baseando-se nos méritos de uma outra pessoa.

d)    A eleição é de acordo com a pré-ciência de Deus 1Pe 1:1,2. Deus escolheu somente os que Ele já sabia de antemão que aceitariam a Cristo.

4.       Eleição na Revelação: Deus, sendo o verdadeiro autor das Escrituras, pode revelar os Seus propósitos eletivos no desenrolar do drama da criação e da redenção em todo o livro que Ele estava escrevendo. Muito embora a Bíblia tivesse vários autores humanos, houve apenas um Autor Divino, movendo-se por detrás do cenário para dirigir a inclusão do conteúdo relativo à eleição neste Livro de livros.

Assim sendo, o método literário de revelação eletiva usado para se escrever as Escrituras dá origem ao Princípio da Eleição usado para se interpretar as Escrituras.

C. Qualificação:

ü  O primeiro passo para se usar este princípio é determinar se o versículo ou passagem em consideração tem alguma ligação com os propósitos eletivos de Deus. Este princípio não ajudará necessariamente na interpretação de qualquer versículo das Escrituras, porém aplica-se somente onde a verdade da eleição estiver envolvida.

ü  A distinção entre a eleição no tempo e a eleição na eternidade precisa ser constantemente mantida em mente.

ü  O Princípio de Eleição está vitalmente ligado ao Princípio da Aliança e, portanto, deveria ser usado juntamente com ele, quer seja relativo ao tempo ou a eternidade.

ü  Um conceito equilibrado da doutrina da eleição é absolutamente essencial para um eficaz uso deste princípio.

D. Demonstração:

“... Não foi Esaú irmão de Jacó? Disse o Senhor; todavia amei a Jacó e aborreci a Esaú.”   Ml 1:2,3



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