“O Princípio da
Aplicação”
A. Definição:
É o princípio pelo qual a interpretação
de um versículo ou grupo de versículos é determinada pela moral contida na
passagem e suas aplicações.
B. Amplificação:
O dicionário define
“moral” como “uma lição prática ensinada por qualquer história ou incidente; o significado; princípios e
práticas com relação ao que é certo, errado ou deveres; ética; conduta ou comportamento geral”.
Uma das razões principais para a existência da Bíblia é
instruir os homens no caminho da justiça. A maior parte dela foi escrita para
ensinar aos homens tanto o que deveriam ser como o que deveriam fazer
2Tm 3:16,17. Muitos trechos da Bíblia são escritos como instruções claras e
concisas, como nas epístolas e nos claros ensinamentos de Jesus. Por outro
lado, muitos trechos contêm instruções indiretas e a “moral da história”
precisa ser extraída (Pv 25:2). Isto pode ser ilustrado nas cinco seguintes
áreas de estilo literário: (1) História, (2) Poesia, (3) Profecia, (4)
Provérbios e (5) Parábolas.
1. História:
-
A morte de
Saul: 1Cr 10:13, 14 – A vida de Saul
foi registrada em 1 Samuel, no entanto, o escritor de 1 Crônicas interpreta o
motivo da morte de Saul, tentando exortar os seus leitores a não seguirem o seu
exemplo.
-
Os milagres de
Jesus: Jo 20:30,31 – Após registrar
muito dos milagres de Jesus, João salienta que o seu propósito para
registrá-los era “para que possais crer
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, que
em crendo possais ter vida através do
Seu nome.” Por detrás dos milagres havia uma moral.
-
O Êxodo para o
deserto: 1Co 10:1-11 – Após sumarizar
os eventos históricos do livro de Êxodo, Paulo estabelece o propósito para o
qual foram registrados: “Todas estas
coisas aconteceram para eles como exemplos e foram escritas para nossa
admoestação...”
2. Poesia:
Jó 19:23; Sl 78:88-89.
Pelo
menos treze salmos são intitulados “Masquil”, que significa “instrução”. O livro
de Eclesiastes conclui com a moral do
seu conteúdo Ec 12:13,14.
3. Profecia: Is 48:17, Jr 6:8
As
profecias das Escrituras centralizam-se em princípios divinos. Nos profetas, às
vezes Deus indicou que o Seu propósito
era a instrução.
4. Provérbios:
A
maioria dos provérbios da Bíblia está no livro de Provérbios. Estes provérbios
minúsculos são “palavras dos sábios”, e que contém uma moral. O propósito
instrutivo deles é claramente expresso na abertura do livro. Veja Pv 1:1-6.
5. Parábolas:
Muitas
das parábolas da Bíblia encontram-se nos Evangelhos, nos ensinamentos de
Cristo. Muito embora Ele ensinasse em parábolas para ocultar a verdade dos
orgulhosos, o Seu propósito também era ensinar os humildes Mt 13:10-13; Mc
4:1,2. A moral de uma parábola é a chave para a sua interpretação.
Portanto, o método literário de moral da história
usado para se escrever as Escrituras dá origem ao Princípio Moral de se
interpretar as Escrituras.
C. Qualificação:
ü Este princípio pode ser considerado como um sistema de
interpretação independente, pois pode ser aplicado a quase todas as Escrituras.
ü Fundamental ao uso deste princípio é uma consideração
no sentido literal da passagem. Isto incluiria um discernimento preciso de
coisas tais como os fatos de um evento e os seus significados, e a
interpretação dos símbolos e outras figuras de linguagem.
ü O intérprete precisa reconhecer que pode haver mais
que uma moral da história intencionada na passagem e que uma mesma moral pode
ter várias facetas. Por causa disto, a moral de uma passagem possivelmente
poderá ser expressa numa variedade de formas.
ü Este método de interpretação precisa ser mantido em
equilíbrio com os outros. O todo das Escrituras não tem o propósito de ser
somente “moralizado”. Há muito mais que podemos obter dele do que uma mera
extração de lições para nossas vidas. Precisamos dar um lugar adequado para a
interpretação teológica, a qual a interpretação moral nunca pode contradizer.
D. Demonstração:
ü História: 1Cr 13:7-14; 15:1-3,13-15
ü Poesia: Sl 78
ü Profecia: Is 1:10-17
ü Provérbios: Pv 14:4
ü Parábolas: Mt 25:1-13
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